03 janeiro 2014

RESENHA: GAROTA, INTERROMPIDA - SUSANNA KAYSEN

LIVRO: GAROTA, INTERROMPIDA
AUTORA: SUSANNA KAYSEN
EDITORA: ÚNICA
ANO: 2013
PÁGINAS: 190

SINOPSE:

Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é sanidade? Garotas interrompidas.

RESENHA:

Susanna Kaysen é uma jovem de 18 anos, que após uma consulta médica se vê entrando em um táxi a caminho do hospital psiquiátrico McLean, onde ficaria como interna por dois anos. É interessante perceber é até a própria Susanna deixa claro no livro, já que se trata de um livro de memórias, um livro autobiográfico, que seu estado mental instável é até um produto da situação social que esta se formando, da maneira como a mulher esta sendo vista e esta se vendo na vida social.
O livro inspirou o filme de mesmo nome, sendo os dois bem complexos no seu interior, até porque se trata de histórias verdadeiras, de problemas verídicos.Foi escrito somente em 1993, até para que a autora pudesse digerir melhor sua situação. O livro físico é pequeno e a leitura é bem fácil e rápida, até divertida, portanto perca seu preconceito com biografias, pois esta vale a pena.
É interessantíssima a parte da narrativa onde ela nos descreve como é pensar e chegar perto do suicídio, ela tenta o suicídio tomando 50 aspirinas, mas esta reflexão só chega a ela quando pensa em uma colega interna que ateou fogo ao próprio corpo; ela questiona o passou na cabeça dela entre a hora de acender o fósforo e antes, de só pensar em fazer  este ato.
Para dar mais vivacidade a narrativa ela nos apresenta prontuários médicos, guias de internação e outros laudos. Susanna foi diagnosticada com transtorno de personalidade e foi internada voluntariamente, passou doi anos no McLean, onde no livro nos conta sobre suas colegas, suas reflexões sobre os dois anos que não teve por estar internada e sobre os limites da sanidade.
O livro físico é bem pequeno, o que faz da leitura bem rápida. A minha sincera opinião sobre o "Garota, Interrompida" é que este é um livro excelente, super diferente, até mesmo o tom de biografia é diferente nele e acima de tudo o mais interessante do livro é a abordagem sobre a psique humana. 

"As que se comportam "normalmente" suscitam uma pergunta incômoda:" Qual é a diferença entre aquela pessoa e eu?", que leva a questão: " O que me impede de estar no hospício?".Isso explica a utilidade dos estigma.Algumas pessoas se assustam mais que outras. "Você passou quase dois anos em um hospício! Por que diabos foi para lá? Não acredito!". Tradução: se você é louca, eu também sou;e, como não sou,deve ter havido algum equívoco. "Você passou quase dois anos em um hospício? Qual era o seu problema?".Tradução: preciso saber dos detalhes da sua loucura para ter certeza de que não sou louco. "Você passou quase dois anos em um hospício? Hummm. E quando foi isso?". Tradução: Você ainda é contagiosa?"

NOTA:



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Por Marina



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